Resenha: O Conto da Aia

25.9.17
Resenha: "Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano."

Desde que "O Conto da Aia" começou a ser muito comentado após sua adaptação para série de TV, me vi bem interessada na história criada por Margaret Atwood, uma vez que sou uma grande defensora dos direitos das mulheres e que tenta abrir os olhos das pessoas as minha volta para os gestos machistas que ainda persistem em pleno século XXI. Mas o que tudo isso tem a ver com a história de Offred? Tudo.

"O Conto da Aia" é uma distopia que se passa nos Estados Unidos, que não exite mais como nós conhecemos. O país se tornou a República de Gilead, onde as mulheres perderam todos os seus direitos, elas são divididas em castas, de acordo com o papel que cada uma representa na sociedade baseado em preceitos religiosos. Além disso, grande parte da população feminina já não consegue mais engravidar, por isso as poucas mulheres ainda férteis são obrigadas a se tornarem aias, mulheres que servem apenas para dar herdeiros aos homens de alto escalão e suas esposas sem filhos. Nós vamos acompanhar essa história pelos olhos da Offred, uma mulher que se encontra no papel de aia. 

O livro é narrado em primeira pessoas pela Offred e não segue uma linearidade de acontecimentos, pelo contrário, em diversos momentos ela vai fazer digressões e ir e voltar no tempo. É como se a personagem estivesse fazendo um relato oral do que se passou com ela. Por isso, é preciso ter bastante atenção a leitura, para não se perder em meio a tantos relatos e informações.

A escrita de Margaret Atwood fluí bem e não é rebuscada, então qualquer um conseguirá ler e entender o que se passa no enredo do livro. Porém, a história é um pouco arrastada até metade do livro, porque Offred nos põe a par de sua rotina e do ambiente em que vive. Mas logo a história começa a se desenrolar nos fazendo desejar descobrir qual será o fim daquilo tudo. Porém, após o ritmo acelerado das últimas páginas, temos um final inconclusivo, em que fica no ar o que pode ter acontecido a Offred.

Eu gostei muito do livro, achei absurda a maneira como a autora escreveu uma distopia tão real e tão possível. Como mulher me vi assustada com a possibilidade de que os rumos políticos nos levem a situação semelhante. A história nos assusta e angustia, quando vemos uma mulher moderna perder todas as liberdades, até mesmo os pequenos prazeres, como se cuidar. Um livro obrigatório para termos um vislumbre de onde o machismo pode nos levar. Leitura nota 4.5, que perdeu esse meio ponto simplesmente por causa do último capítulo, em que temos a "transcrição" de uma palestrar, fiquei um pouco sem paciência. Mas uma das melhores distopias que já li.

Até o próximo post!

Resenha: Senhor das Sombras

18.9.17
Sinopse: "A ensolarada Los Angeles pode ser um lugar sombrio na continuação de Dama da Meia-Noite, de Cassandra Clare. Emma Carstairs finalmente conseguiu vingar a morte dos pais e pensou que com isso estaria em paz. Mas se tem uma coisa que ela não encontrou foi tranquilidade. Dividida entre o amor que sente pelo seu parabatai Julian e a vontade de protegê-lo das graves consequências que um relacionamento entre os dois pode trazer, ela começa a namorar Mark Blackthorn, irmão de Julian. Mark, por sua vez, passou os últimos cinco anos preso no Reino das Fadas e não sabe se um dia voltará a ser o Caçador de Sombras que já foi. Como se não bastasse, as cortes das fadas estão em polvorosa. O Rei Unseelie está farto da Paz Fria e decidido a não mais ceder às exigências dos Nephlim. Presos entre as exigências das fadas e as leis da Clave, Emma, Julian e Mark devem encontrar um modo de proteger tudo aquilo que mais amam — juntos e antes que seja tarde."

"Senhor das Sombras" é o segundo livro da trilogia Os Artifícios das Trevas da Cassandra Clare e se passa alguns anos depois da Guerra Maligna retratada em Os Instrumentos Mortais. Nesses livros acompanhamos a família Blackthorn e Emma Castairs, que ficaram órfãos depois que os caçadores de sombra tiveram que enfrentar Sebatian Morgernstern. Emma é parabatai de Julian Blackthorn, mas os dois estão apaixonados um pelo outro, o que é proibido pela Clave.

Eu gostei muito de Dama da Meia-Noite, primeiro livro, mas nesse segundo a sensação que tive foi que só serviu para preencher espaço, e bota preencher nisso, afinal, o livro tem 589 páginas. Depois de tudo que aconteceu antes, Emma descobrir que amar o parabatai é uma maldição, Malcom Fade ressuscitar Annabel, ser assassinado, Mark conseguir ficar com sua família e a aparição do namorado de Cristina, vem esse segundo livro e a autora não resolveu nada, pleo contrário nos trouxe mais problemas e aí eu fico pensando o tamanho que terá o terceiro último livro, ou se ela vai fazer como em Os Instrumentos Mortais e transformar a trilogia em série.

Claro, que o livro não é de todo mal, pelo contrário, Cassandra continua escrevendo muito bem, seus personagens são sempre bem construídos, o universo que ela cria é sempre mágico e luminoso e ela consegue fazer plot twists como ninguém. Devorei esse livro, não com tanta fome como o primeiro, ms havia algo ali, em meio a todas aquelas aventuras, mas foi um caso de livro com muitos acontecimentos em que não acontece nada.

Outro ponto positivo é a diversidade das personagens da Cassandra que mais uma vez trouxe representatividade para suas histórias de fantasia. Gosto também que ela mostrou que poemos ter caçadoras de sombra tão incríveis quanto caçadores, adorei quando ela disse que Emma tinha uma quedinha por Jace, mas depois ela queria ser como ele. Ponto positivo para Cassie.

Agora vamos falar sobre o drama, que essa autora sabe faze um como ninguém, e o nosso casal principal, Julian e Emma, continuam a sofrer e é impossível não se  solidarizar com os dois. Amo as cenas de amor dos dois, principalmente a entrega do Julian. Mas o drama não fica apenas para os personagens desta série, não, ela resolveu mexer com Clary e Jace, Magnus e até mesmo com a Tessa, e eu só fico pensando se ela vai ter coragem de executar algum deles e que se isso acontecer vai ser muita crueldade.

No geral "Senhor das Sombras" é um bom livro, mas ela poderia ter desatado alguns nós e deixado poucas revelações para o último livro. E seu tão conhecido final surpreendente foi muito cruel dessa vez, até porque estava gostando de um certo núcleo de personagens e imagino o que os acontecimentos finais vai fazer com ele. Aguardando o próximo livro pra ver qual é.

Até o próximo post!

Lançamentos Literários para 2018

17.9.17

Até o próximo post!

Filme: It - A Coisa

13.9.17
Sinopse: "Um grupo de sete adolescentes de Derry, uma cidade no Maine, formam o autointitulado "Losers Club" - o clube dos perdedores. A pacata rotina da cidade é abalada quando crianças começam a desaparecer e tudo o que pode ser encontrado delas são partes de seus corpos. Logo, os integrantes do "Losers Club" acabam ficando face a face com o responsável pelos crimes: o palhaço Pennywise."


Finalmente estreou o filme "It - A Coisa", que pra mim era o filme mais esperado do ano, e eu que nunca li o livro do Stephen King, muito por me sentir intimidada por suas mais de mil páginas, corri para o cinema para conferir e como fã de um bom filme de terror saí bem satisfeita.

Esse filme não é a primeira adaptação do livro de Stephen King, nos anos 90 foi criada uma versão para a TV que eu gosto bastante, mas que em nada se assemelha com esse novo. Na versão de 2017 os diretores resolveram dividir a história em dois filmes, um narrando a primeira vez em que o Losers Club enfrentou a coisa e o outro os 27 anos depois quando ela volta para atacar Derry. Então nessa nova adaptação nós só vemos quando as crianças descobrem a coisa, enquanto a versão dos anos 90 retrata o reencontro do Losers Club. Pra mim que já conheço a história, achei bem mais interessante essa divisão, mostrando como o clube se formou e como foi enfrentar a coisa quando ainda crianças.

O filme tem uma vibe bem anos 80 (que eu particularmente sou grande fã), ou seja, o pessoal fã de filmes como Conta Comigo, E.T e Os Goonies vão gostar bastante. Mas se você não viveu nos anos 80 ou nos anos 90, mas é grande fã de Stranger Things também vai gostar muito desse filme, porque o estilo é basicamente o mesmo. E acho que o que mais tem em comum entre todos esses filmes e série que citei é a forte amizade entre as personagens, e isso está super presente em It, que mesmo sendo um filme de terror tem vários momentos engraçados e divertidos. 


Os atores do filme estão incríveis, as crianças estão demais e fico triste em pensar que o próximo filme só veremos eles crescidos, porque me afeiçoei a eles. Mas a grande estrela do filme com certeza é Bill Skarsgård, que deu a vida a Pennywise, o palhaço assustador de It. E olha que eu não colocava muita fé nessa escolha, porque pra mim o Pennywise do Tim Curry dos anos 90 era perfeito, mas o Bill estava impecável e conseguiu ser bem assustador em sua interpretação, se afastando muito do antigo palhaço, que em sua primeira interpretação era mais sarcástico, bem trash mesmo. Bill Skarsgård fez uma coisa bem mais aterrorizante.

Como disse, essa nova adaptação é bem mais assustadora, principalmente porque Pennywise usa do medos das pessoas para se alimentar, então temos diversas faces do medo presente, de acordo com o que cada um teme. Eu como tenho medo de palhaço, tomei vários sustos durante o filme e acredito que muita gente, que não tem esse receio, vai também ter sua dose de terror.

No mais It - A Coisa é um dos melhores filmes de terror que assisti nos últimos tempos e consegue também ser o filme sobre amizade e união digno de Conta Comigo (que se você ainda não assistiu precisa correr e assistir, tem na Netflix), atendeu a todas as expectativas e já quero a continuação.



Até o próximo post!

Resenha: O Sorriso da Hiena

11.9.17
Sinopse: "É possível justificar o mal quando há a intenção de fazer o bem?
Atormentado por achar que não faz o suficiente para tornar o mundo um lugar melhor, William, um respeitado psicólogo infantil, tem a chance de realizar um estudo que pode ajudar a entender o desenvolvimento da maldade humana.
Porém a proposta, feita pelo misterioso David, coloca o psicólogo diante de um complexo dilema moral. Para saber se é um homem cruel por ter testemunhado o brutal assassinato de seus pais quando tinha apenas oito anos, David planeja repetir com outras famílias o mesmo que aconteceu com a sua, dando a William a chance de acompanhar o crescimento das crianças órfãs e descobrir a influência desse trauma no crescimento delas.
Mas até onde William será capaz de ir para atingir seus objetivos?
Em O sorriso da hiena, Gustavo Ávila cria uma trama complexa de suspense e jogos psicológicos, em uma história que vai manter o leitor fisgado até a última página enquanto acompanha o detetive Artur Veiga nas investigações para desvendar essa série de crimes que está aterrorizando a cidade."

"O Sorriso da Hiena" do Gustavo Ávila foi publicado pela primeira vez de forma independente e nessa época já foi um sucesso, lembro de ver diversos booktuber comentando o quanto era incrível a história criada pelo Gustavo. Então você imagina que eu comecei a leitura cheia de expectativas e não fui decepcionada.

O livro vai começar com um casal sendo assassinado de forma brutal na frente do filho, 20 anos depois essa cena se repete, só que agora o garotinho que assistiu tudo está no lugar do assassino, que se tornou um serial killer. No encalço dele temos o detetive Arthur, que é excepcional no que faz e tem a síndrome de Asperger, e ele vai contar com a ajuda do psicólogo Willian, que é especializado no tratamento de crianças que sofreram traumas. E vou parar por aí para não estragar o desenvolvimento da história.

Gustavo Ávila escreve muito bem e o que mais me chamou atenção em sua escrita foi o fato dele não dar características regionais a sua história, que pode se passar tanto no Brasil como em qualquer lugar do mundo. O autor cria uma rede de acontecimentos todos entrelaçados que nos levam ao um final digno de um bom thriller.

Claro que o livro não é perfeito, temos alguns pontos em que eu fiquei incomodada, por exemplo, um momento de um assassinato em que ele só é notado alguns dias depois, sendo que o personagem é ativo na história. E claro, o fato de tudo dar muito certo para o assassino, mas essa questão eu até perdoo, porque acabei me afeiçoando ao "vilão" da história. Ah, isso foi uma das coisas que me fez gostar do livro, temos um personagem que tem motivos para ser tão cruel como é e isso pra mim sempre é válido.

'O Sorriso da Hiena" é um ótimo livro e eu tenho certeza que ainda vamos ouvir falar bastante do Gustavo Ávila, que tem tudo para ser um dos grandes nomes da literatura contemporânea brasileira. E espero que a Globo faça algo bem digno com os direitos desse livro, adoraria vê-lo em uma série de TV.

Até o próximo post!

Playlist de Agosto

6.9.17
O mês de agosto foi bem tranquilo, começamos com DJ Khaled e Rihanna e sua versão do famoso hit de Carlos Santana. Também tivemos o bom e velho reggaeton, com Mi Gente do J Balvin, que tem uma batida impossível de não dançar.

Como sempre temos k-pop, dessa vez uma banda nova virou meu vício, KARD com seu Hola Hola ganhou meu coração, que delícia de música. Também escutei bastante a mais nova do BLACKPINK. E claro que sempre tem espaço para G-Dragon, vulgo meu crush supremo. R.O.D entrou pra minha lista depois que vi uma apresentação dele com a CL, shippo muito.

Depois tivemos o momento fangirl de Game of Thrones que fica escutando a trilha sonora da série. Enquanto não saía a da sétima fiquei ouvindo a Finale da segunda temporada. E quando saiu a nova trilha, claro que me encantei por Truth por motivos óbvios de JONERYS!

Por fim escutei muito A Mulher do Fim do Mundo da Elza Soares, que virou uma inspiração pra mim, depois que assisti uma entrevista dela no Programa do Bial. Música maravilhosa.



Até o próximo post!

Resenha: Misery - Louca Obsessão

4.9.17
Sinopse: "Paul Sheldon descobriu três coisas quase simultaneamente, uns dez dias após emergir da nuvem escura. A primeira foi que Annie Wilkes tinha bastante analgésico. A segunda, que ela era viciada em analgésicos. A terceira foi que Annie Wilkes era perigosamente louca. Paul Sheldon é um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever um novo manuscrito, decide sair para comemorar, apesar da forte nevasca. Após derrapar e sofrer um grave acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira aposentada Annie Wilkes, que surge em seu caminho.

A simpática senhora é também uma leitora voraz que se autointitula a fã número um do autor. No entanto, o desfecho do último livro com a personagem Misery desperta na enfermeira seu lado mais sádico e psicótico. Profundamente abalada, Annie o isola em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças, que só chegará ao fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado. Ferido e debilitado, Paul Sheldon terá que usar toda a criatividade para salvar a própria vida e, talvez, escapar deste pesadelo."
"Misery" é mais um dos livros do Stephen King que não aborda o sobrenatural, porém esse livro vai falar sobre a obsessão e onde isso pode levar. Annie Wilkes é uma enfermeira e fã número um da série de livros protagonizados por Misery Chastain, escritos por Paul Sheldon. Um dia o destino desses dois se encontram quando Paul sofre um acidente e é salvo por Annie. E o que começa como uma salvação acaba se tornando um inferno.

O livro é cheio de sangue, porque Annie é psicótica, ela tortura Paul Sheldon o tempo todo, tudo para conquistar o que quer, que é trazer sua personagem favorita de volta. E as descrições no livro são bem gráficas, então é pra quem sangue frio.

Achei bem interessante no livro é que ele tem muitas referências sobre literatura. E quem é leitor assíduo vai se identificar bastante com algumas situações, como a revolta com o fim e algum personagem ou a falta de coerência em uma solução dada pelo autor. Mas diferente de Annie não trancamos nossos autores em quartinhos e os torturamos.

O que mais fez com que esse livro perdesse pontos comigo foi os trechos do livro escrito por Paul Sheldon, eu achava uma chatice quando a história de Misery era narrada. Ficava coma sensação de que estava perdendo tempo e o ritmo de leitura, porque queria saber o que ia acontecer entre Annie e Paul, não com uma personagem de um livro que o próprio autor acha ruim.

A escrita do Stephen King é maravilhosa e envolvente, fluí muito bem e mesmo esse não sendo o melhor livro dele que eu li, é inegável que a história é bem construída, seus personagens são complexos e a ideia é bem original.  Acho que na verdade foi que eu não estava na vibe do livro.

Até o próximo post!


TBR de Setembro 2017

3.9.17

Até o próximo vídeo!

Agora que sou crítica - Design e Desenvolvilmento por Lariz Santana